segunda-feira, 20 de abril de 2009

Senador Camata chora e nega acusações de ex-assessor sobre recebimento de propina

GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília

O senador Gerson Camata (PMDB-ES) subiu à tribuna do Senado nesta segunda-feira para se defender das denúncias de corrupção reveladas pelo seu ex-assessor Marcos Andrade --que foi funcionário do peemedebista por quase 20 anos.

Em entrevista ao jornal "O Globo", Andrade acusou o senador de receber propina de empreiteiras e de maquiar as prestações de contas de seu mandato parlamentar.

Emocionado, o senador chorou por duas vezes durante o longo discurso de defesa. Camata negou todas as denúncias reveladas pelo ex-assessor ao afirmar que Andrade sofre de distúrbios psiquiátricos e foi "instrumentado" para acusá-lo de envolvimento em atos de corrupção.

"Ele foi instrumentado por alguém, para, com uma série de inverdades, sem nenhuma comprovação de nada, assacar contra a minha honra. Eu vou me defender; para cada acusação, tenho um papel. Fui acusado sem nenhuma prova, e, para cada acusação, tenho prova", afirmou.

Segundo o ex-assessor, Camata teria recebido propina da Odebrecht para a construção de um ponte no Espírito Santo no período em que governou o Estado. O parlamentar, porém, nega qualquer vínculo com a empreiteira.

"Tive relacionamento com a empresa, visitando obras, acelerando a obra, vendo se estava faltando um pouco de dinheiro, se estava precisando de mais recurso, essas coisas normais que os secretários trazem quando estão acompanhando uma obra, e em que, às vezes, o governador tem que intervir."

O senador também foi acusado pelo ex-assessor de apresentar prestações de contas falsas para justificar gastos inexistentes. Camata negou qualquer irregularidade ao longo de seu mandato parlamentar. "Agora começam a aparecer umas pessoas que eu acho que estão envolvidas com isso ou são delegadas de quem está envolvido. Querem antecipar a campanha política do Espírito Santo, que vai ser no ano que vem", afirmou.

Camata disse que vai pedir afastamento do Conselho de Ética do Senado até que o órgão apure as denúncias reveladas pelo ex-assessor. O senador pediu que o conselho investigue as denúncias, assim como a Corregedoria do Senado --que tem à frente o senador Romeu Tuma (PTB-SP).

"Enquanto durar a investigação, eu não quero fazer parte do Conselho de Ética. Eu quero que o Conselho de Ética tenha toda a independência e o faça com rigor, a fim de que essas denúncias sejam apuradas à luz dos documentos que estou fornecendo", afirmou.

Solidariedade

Senadores que decidiram passar o feriado de 21 de abril em Brasília foram prestar solidariedade ao colega no plenário da Casa. Oito senadores, além do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), acompanharam o discurso do peemedebista --o que garantiu o número mínimo de parlamentares necessário para a abertura da sessão plenária.

Sarney disse que a "indignação e a revolta" de Camata "dão a profundidade da injustiça" que atingiu o parlamentar. "O senhor foi o alvo errado e indevido de insultos. A solidariedade desta Casa é um conforto. Sou testemunha do seu espírito de luta, sei que é um homem correto, um cidadão exemplar", afirmou.

Camata chegou às lágrimas durante o discurso de solidariedade prestado pelo senador Pedro Simon (PMDB-RS), que lembrou sua trajetória histórica no PMDB.

"Eu não sei para onde querem ir, para onde estamos indo, o que está acontecendo e como vai terminar, mas não vai ser brincando com o nome de pessoas como Vossa Excelência que vão atingir o que quer que seja. Se pensam que com isso haverão de nos atingir e que pessoas com a garra de Vossa Excelência vão se perder no caminho, estão muito enganados", afirmou Simon.

A deputada Rita Camata (PMDB-ES), mulher do senador, acompanhou o seu discurso sentada no plenário do Senado.

Comentários dos leitores

Alcides Emanuelli (1032) 19/04/2009 19h37

Esse cara ainda não foi demitido! isso é uma vergonha, imaginem a farra que esse cara fazia com o dinheiro do Senado.
Uma casa de 5 milhões, ele deve ter um monte de trabalho em outras empresas, deve tambem ter meia duzia de empresas privadas que é o dono para ter tanto dinheiro assim para comprar uma casa.
A bem da ética e da moral, tem que ser revisto todas essas estruturas e quem não for concursado, quem tem parentes que foram colocados usufruindo dessa privilégio que é o empreguismo, tem que ser convidado a se retirar a força com a policia e tudo o mais.
Bem mas se era permitido tantas irregularidades, vamos esquecer a policia, mas esta na hora de entrar alguem competente e honesto para mudar todo esses sistema de uma administração inconsequente e irresponsavel e burra e incompetente.
Ainda por cima muitas dessas pessoas tem curos Superior é mais vergonhoso ainda de que vale ter um deploma se são incompetentes e inconsequente.
Meu Deus porque não se muda toda essas estruturas administrativa inconsequente e se moralize os cargos em todos os sentidos, terminando com o nepotismo e terminando com funções comissionadas ou limitando esses cargos de confiança a no maximo 5 por parlamentar.
Meu Deus que coisa triste estamos vendo e assistindo nada é como isso, essa vergonha toda não tem precedentes. sem opinião
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Carlos Franco Franco (361) 19/04/2009 14h59

esta dificil se escolher um diretor para esse tão cobiçado cargo, esta mais dificil que achar um politico honesto, aonde nos estamos, estamos perdidos, imagina o que nos brasileiros desconhecemos, o que acontece nesta duas casas. bom esse congresso e esta camara. e os presidentes em nada ajudam, nos temos que aguentar tudo isto. 2 opiniões



Deoclides Lopes da Silva (4) 19/04/2009 11h53

Não sei com que interesse os meios de comunicação estão divulgando estas informações, mais espero que continuem.

domingo, 19 de abril de 2009

Submundo do caixa 2: Ex-funcionário do senador Gerson Camata diz que político usou servidores do gabinete para justificar despesas de campanha (Globo)

Mesadas de empreiteiras, funcionários obrigados a pagar contas de parlamentar que os emprega, prestações de contas falseadas para justificar gastos inexistentes. O economista Marcos Andrade disse ao repórter Chico Otavio que, por 19 anos, trabalhou assim para um político capixaba: o ex-governador do Espírito Santo e hoje senador Gerson Camata (PMDB). Seu relato é um retrato dos bastidores de gabinetes oficiais, onde o caixa dois desafia a transparência. Segundo o economista, funcionários de Camata aparecem na prestação de contas da campanha ao Senado em 2006 como prestadores de serviço, mas nunca receberam pagamento. Andrade diz que era obrigado a ceder 30% do salário no Senado para pagar despesas de Camata. E que o senador recebeu propina da empreiteira Odebrecht como recompensa por uma ponte construída em Vitória. O senador nega as denúncias e afirma que Andrade está perturbado psicologicamente. (O Globo - págs. 1, 3 e 4)

Aquecimento global já mata idosos no país
Estudo inédito da USP revela que os extremos de frio e calor começaram a matar mais idosos, informa Soraya Aggege na primeira reportagem da série especial sobre o clima no Brasil. (págs. 1, 36 e 37)

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Folha de S. Paulo


Editorial
Leia “Dinheiro na urna”, que critica financiamento público exclusivo de campanha e defende mais controles. (págs. 1 e A2)

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O Estado de S. Paulo

Notas e informações – As sagradas famílias
Por que o contribuinte que vota em um parlamentar deve custear as viagens de suas esposas e amigos? (págs. 1 e A3)

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Correio Braziliense

ONG recebe mais verba do que 12 estados
Entidade dirigida por vereadora do PCdoB, mesmo partido do ministro do Esporte, Orlando Silva, levou R$ 8,5 milhões do Programa Segundo Tempo, em 2008. Dinheiro representa metade do que foi destinado ao estado de São Paulo. (págs. 1 e Tema do dia, 2)

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Veja

Entrevista – Michel Temer – É preciso reagir agora – O presidente da Câmara dos Deputados diz que a crise ética atinge uma minoria no Parlamento, mas que, se nada for feito, arrastará toda a instituição. (págs. 17, 20 e 21)

Virou agência de viagem – Deputados usam cota de passagem aérea do Congresso Nacional para passeios com namorada, esposa, filhos, parentes, amigos e até para negócios. (págs. 60 a 62)

Abatido pelo radicalismo – Promotor que combatia na Justiça as ações criminosas do MST no Rio Grande do Sul abandona o caso depois de sofrer ameaças, constrangimentos, grampos e até um atentado contra sua vida. (págs. 64 e 65)

Quem mandou parar? – O governo mobiliza sua bancada na Câmara para encerrar a CPI das escutas ilegais. (pág. 69)

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Época

Farra das passagens
- No Congresso, até cadáver já andou de avião

Um dia de Delúbio - Flagramos os encontros do ex-tesoureiro do PT em Brasília

No rastro de Delúbio – Em busca de votos para voltar ao PT e candidatar-se a deputado, o tesoureiro do mensalão passa 24 horas em Brasília em conversas com velhos amigos. (págs. 30 a 32)

Uma farra paga com nosso dinheiro – Parlamentares aproveitam regra frouxa e usam passagens aéreas bancadas com recursos públicos para ir ao exterior com a mulher, os filhos... (págs. 34 a 36)

Entrevista – Cristovam Buarque – “Causei um rebu” – Depois de sugerir a avaliação do Congresso em plebiscito, o senador diz que cumpriu o papel de alertar o país sobre a desmoralização do Parlamento. (pág. 37)

Entrevista – Protógenes Queiroz – “Sim, posso ser candidato” – Pela primeira vez, o controvertido delegado da Operação Satiagraha admite trocar a polícia pela política. (pág. 41)

O advogado de R$ 255 bilhões – O advogado-geral da União, José Antônio Toffoli, entra na fila para o Supremo depois de se destacar na defesa do caixa do governo. (págs. 46 a 48)

Uma parceria especial – A ação combinada de Lula e Barack Obama pode fazer bem para o futuro político do continente. (págs. 78 e 79)

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ISTOÉ

Eles vão barrar os abusos? – Os três Poderes se unem para conter o Estado policialesco que tomou conta do País. A tarefa exige mais do que uma lei no papel. (págs. 36 a 38)

Mercado paralelo – Uso indevido de passagens aéreas por parlamentares inclui venda de bilhetes da Câmara dos Deputados para qualquer um. (págs. 40 a 42)

O rei do axé – Investigado por destinar verba pública para festas de empresa, deputado pode ser expulso do PT apenas por traição. (pág. 49)

Vencer ou vencer – Para combater a crise, garantir a popularidade e fazer seu sucessor em 2010, o presidente Lula abre o cofre e favorece consumidores, municípios e Estados. De quebra, empresta US$ 4,5 bilhões ao FMI. (págs. 86 a 88)