quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Vitória é a cidade mais rica do país, com renda per capita de R$ 60 mil, mais que o dobro do apurado em 2003, R$ 27.562,00, quando já era a segunda

Renda per capita de Campo Grande sobe 61% em 5 anos, mas capital continua em 15º lugar

João Prestes

A renda per capita do campo-grandense cresceu 61% em cinco anos, entre 2003 e 2007, conforme pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgada hoje. Dividida toda a renda apurada na cidade durante o ano, por seus habitantes, chega-se à renda per capita (por cabeça). Em 2003 esse valor era de R$ 7.658,00, em 2007 saltou para R$ 12.234,00.

Apesar do crescimento forte, Campo Grande se mantém na 15ª posição em relação às demais capitais brasileiras. A cidade de Cuiabá, capital de Mato Grosso, tem renda per capita mais elevada que Campo Grande. Era de R$ 9.798,00 em 2003 e subiu para R$ 14.998,00 em 2007. Está em 10º lugar no ranking nacional.

A novidade está no topo do ranking. Brasília costuma figurar em primeiro lugar sempre que se mede renda per capita no país, pois concentra os salários mais altos (parlamentares, executivos, servidores graduados). Em 2007, a capital federal foi suplantada por Vitória, capital do Espírito Santo. Com pouco mais de 300 mil habitantes, Vitória exibiu renda per capita de R$ 60 mil naquele ano, mais que o dobro do apurado em 2003, R$ 27.562,00, quando já estava em segundo lugar.

A explicação está nos royalties do petróleo extraído do litoral do Espírito Santo. E a descoberta dos campos gigant

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Na Bahia, PMDB terá de pedir para voltar à aliança

Do UOL Notícias
Em Brasília
Para o governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), a aliança regional com o PMDB no seu Estado só será possível se a iniciativa partir dos próprios peemedebistas. A declaração praticamente elimina a possibilidade de reaproximação entre os dois partidos em solo baiano, onde estão rompidos desde agosto.

Em entrevista exclusiva ao jornalista Fernando Rodrigues (clique aqui para segui-lo no Twitter ), colunista do UOL Notícias e da "Folha de S.Paulo", o governador baiano disse que o desejo de acabar com a aliança que o elegeu em 2006 partiu do PMDB. Um novo convite não será feito pelo PT do Estado.

"Não será por meu convite. Eu convidei a primeira vez e ele [o PMDB] resolveu sair do governo", disse o governador. "Quanto mais o tempo passa, mais difícil fica".

Sem a aliança, Wagner deverá enfrentar, entre outros adversários, o ministro Geddel Vieira Lima (Integração Nacional) nas eleições do próximo ano ao governo do Estado.

"Quem criou problema foi o PMDB local que resolveu ir contra a vontade do governador e do presidente", diz Wagner. "O ministro Geddel resolveu que a hora era dele."

Carlismo acabou
Em 2006, Wagner foi eleito após 16 anos de comando de políticos ligados a Antônio Carlos Magalhães no governo do Estado. Segundo o governador, ACM não teve um substituto após sua morte em 2007 e o "carlismo" não existe mais.

"Com a ausência física do senador, ele [o carlismo] já acabou", diz Wagner.

O governador diz que a redução do espaço da Bahia no noticiário nacional desde a saída dos carlistas do poder não se deve à redução da importância do Estado. "ACM era extremamente polêmico, criava muitos fatos políticos. Meu estilo é muito diferente. Sou muito mais discreto, muito menos barulhento", diz o governador, nascido no Rio de Janeiro.

Na próxima eleição, Wagner deverá ter como principal adversário Paulo Souto -ex-governador, filiado ao DEM e ligado ao grupo político de ACM (leia aqui pesquisas sobre a disputa na Bahia e em outros Estados). Wagner acredita que a disputa será descentralizada entre vários candidatos. Ele não quis emitir opinião sobre se o racha entre PMDB e PT favorecerá Souto.

"A política baiana ganhou a complexidade que tem nos Estados do Brasil. Não é mais aquele jogo a favor ou contra quem é do DEM e do PFL", diz Wagner.

Mensalão não foi golpe
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, no dia 11 de novembro, que o escândalo do mensalão foi uma tentativa de golpe da oposição contra o seu governo. Wagner discorda da avaliação do presidente. Na época da denúncia, o governador era ministro das Relações Institucionais e o responsável por intermediar as relações entre o Congresso e o Planalto.
"Não acho que teve um golpe, na medida em que teve o jogo dentro da democracia", diz Wagner. "Alguns dos nossos erraram, foi um fato objetivo que veio a público. [...] Ficou claro que o PT era um partido de homens e mulheres. Não era um partido dos anjos".

Um dos fundadores do PT, Wagner disse que não há problemas no fato de a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), pré-candidata à Presidência apoiada por Lula, não ser oriunda dos quadros antigos do partido. Segundo ele, o presidente Lula não pode ser acusado de criar uma candidata à revelia do partido.

"Se o PT entrasse numa briga interna terrível, iriam acusá-lo do contrario", diz Wagner. "Se eu quisesse [ser candidato à Presidência], e fui muitas vezes estimulado para isso, teria uma prévia".

Prisões na Bahia
A Polícia Civil da Bahia prendeu 7 pessoas na última terça-feira (24) por causa de um suposto esquema de corrupção na área de transportes.

Entre os detidos está Antônio Lomanto Neto, que, por indicação do PMDB, ficou à frente por 32 meses da Agerba (Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transportes e Comunicações da Bahia).

Wagner disse que a prisão de Lomanto não tem conotação política. "Não acompanho nem fico monitorando investigação", disse.

Segundo o governador, a investigação começou há cerca de seis meses após empresários do setor suspeitaram de corrupção em contratos.

Brasil e Irã
Filho de judeus refugiados da Polônia, Wagner apoiou a iniciativa do presidente Lula receber o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad. O iraniano nega a existência do holocausto e apóia o fim do Estado de Israel.

Segundo Wagner, a recepção de Ahmadinejad não significa apoio às suas posições. "Botar alguém num corner é transformar essa pessoa em bicho ou transformá-la em mais bicho do que ela já é. É melhor chamar para a mesa de negociação", disse Wagner.

O governador acredita que Ahmadinejad presta um "desserviço" à causa palestina. Wagner disse que deve embarcar junto com o presidente Lula ao Oriente Médio em março de 2010.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Geddel sobre caravana do São Francisco: 'Todo ato público gera dividendo eleitoral'


Geddel convida oposição a repetir a caravana de Lula

Valter Campanato/ABr


O ministro Geddel Vieira Lima (Integração Nacional) fará um convite aos líderes da oposição. Coisa formal, por escrito.



Deseja levar congressistas do PSDB e do DEM às obras da transposição das águas do Rio São Francisco. “O presidente Lula me deu carta branca”, diz.



Geddel concedeu entrevista ao blog na noite deste domingo (18). Respondeu à crítica de que Lula foi à obra para fazer campanha, não para vistoriá-las.



Disse que a viagem foi “de trabalho”. E enxergou um quê de hipocrisia na gritaria da oposição:



“Todo ato público, administrativo, sempre vai gerar dividendo eleitoral. Vamos rasgar a fantasia da hipocrisia...”



“...Quem está na vida pública e participa de eleições evidentemente deseja que seus atos administrativos caiam no gosto da população”. Vai abaixo a entrevista:





- O presidente do PSDB, Sérgio Guerra, diz ter feito em 40 minutos o trajeto que Lula fez em três dias. Por que tanto tempo?

Sérgio Guerra, como senador da oposição, deveria percorrer a obra com mais tempo, para fiscalizá-la. O presidente Lula passou um dia verificando as obras de revitalização do rio, um dia visitando o eixo norte da obra e outro dia para o eixo leste. Foi correta a programação de três dias.

- A viagem teve propósitos eleitorais?

Não vejo assim. O presidente foi vistoriar obras. Não se pode imaginar que um presidente da República, sobretudo com a popularidade do presidente Lula, possa passar em qualquer evento sem ser chamado a se manifestar.

- O que houve de técnico na viagem?

Houve reuniões com engenheiros, técnicos e empresários. Foi uma viagem de trabalho.

- Essas reuniões não poderiam ter sido feitas em Brasília?

Não. Na visita às obras, o presidente viu que é razoável a nossa cobrança para que o Ministério da Integração disponha de mais engenheiros. Ele verificou onde é preciso reforçar a estrutura, para que as obras tenham sequência. Vislumbrou, in loco, a necessidade de desapropriações de terras em volta da obra...

- E quanto às manifestações políticas do presidente?

Na medida em que o calendário vai avançando e fica mais próximo da eleição, toda participação do presidente vai gerar essa interpretação de que se trata de algo eleitoral. Mas note que os próprios jornalistas se encarregaram de priorizar a política em detrimento dos aspectos técnicos da obra. Eles fizeram perguntas políticas. Quem estava lá viu. Ninguém perguntou o que ele achou da obra. As perguntas eram: Dilma é candidata? O que o Ciro está fazendo aqui? Ou o presidente faz uma grosseria ou responde. Ele respondeu. No dia seguinte, o administrativo dava lugar ao eleitoral no noticiário. A cobertura da mídia sinalizou para a política.

- Havia palanques ao longo do trajeto. Na primeira cidade, Buritizeiro (MG), Lula disse que, embora não estivesse previsto ‘fazer comício’, ele falaria mesmo assim. Comício é coisa de campanha, não?

A palavra pode ter sido mal colocada. O presidente poderia ter dito que não estava prevista aquela reunião. Mas onde o presidente vai, em torno dele junta-se uma multidão. Há naquelas obras quase 8.500 trabalhadores. Quando o presidente chegava, as pessoas pediam que ele se manifestasse. Sem exagero, diria que o presidente Lula virou um astro pop. O que fazer numa situação como essa? Ele termina tendo que falar. Não tem jeito.

- O que acha dos protestos da oposição?

Acho absolutamente natural. É o papel da oposição. Se a oposição, por estar fora do governo, não tem obras para vistoriar, só resta criticar. É o papel dela. Já vivi os dois papéis. Fui oposição. Agora sou governo.

- O presidente disse que governos anteriores não fizeram obras. Como ex-aliado do governo FHC, concorda com a crítica?

Creio que o presidente Lula não se referia a Fernando Henrique. Ele defende a tese de que a última vez que o governo teve um amplo programa de obras foi na gestão de Ernesto Geisel. Depois disso, por uma série de circunstâncias, não houve um grande programa de realizações na área de infra-estrutura. Nunca vi ele se referir especificamente a Fernando Henrique. Ele fala dos últimos 25 anos.

- Num dos pernoites do presidente e de sua comitiva, havia no canteiro de obras coisas como bufê francês e camas king size. Não houve exagero?

Não. Estamos falando do presidente da República do Brasil. Não poderiam querer que nós o acomodássemos numa rede. Quando Juscelino Kubitscheck foi fazer Brasília, construiu-se no cerrado o Catetinho, com tudo o que havia de mais confortável naquela época. Se você recebe uma visita na sua casa, você a prepara melhor. Se eu o convidar para jantar na minha casa, não vou lhe oferecer um cardápio trivial do dia-a-dia. Será um cardápio especial. É natural isso.

- Quanto custou a viagem?

Não tenho idéia. Era uma comitiva presidencial. O Centro de custo é a Presidência, não o ministério.

- A oposição pretende recorrer ao TSE. Acha que a ação prospera?

Tenho convicção de que não prospera. Do contrário, o presidente e seus ministros teriam de ficar ilhados dentro do Palácio e dos ministérios. Inadmissível.

- A oposição exagera?

Vejo tudo com naturalidade. O raciocínio vale para os dois lados. Quando senadores como Sérgio Guerra e José Agripino criticam o governo, estão adotando uma atitude que, aos olhos deles, terá uma repercussão eleitoral. Tudo na vida pública tem repercussão eleitoral, negativa ou positiva. Nesta semana, vou formalizar, por escrito, um convite a todos os líderes da oposição para que me acompanhem numa viagem ao São Francisco.

- Consultou o presidente?

Comuniquei a ele, que me deu carta branca para fazer. Chegando a Brasília, na terça-feira, formalizarei o convite, por escrito, aos meus amigos Sérgio Guerra, José Agripino e a todos os líderes da oposição na Câmara e no Senado. Eu os convidarei a fazer o mesmo roteiro que o presidente fez. Três dias. Se aceitarem, pedirei à presidência da República que disponibilize os meios. Não há o que esconder.

- A presença da candidata Dilma na viagem, resultou em benefício eleitoral?

Todo ato público, administrativo, sempre vai gerar dividendo eleitoral. Vamos rasgar a fantasia da hipocrisia. Quem está na vida pública e participa de eleições, evidentemente deseja que seus atos administrativos caiam no gosto da população. É assim que se vence uma eleição. Do mesmo modo, quando os seus atos administrativos são reprovados pela população, perde-se uma eleição. Portanto, qualquer atitude das pessoas públicas cuja sobrevivência depende do voto tem apelo eleitoral. Vale para quem governa e também para quem faz oposição. Do contrário, teríamos de admitir como aceitável o paradoxo de trancar quem governa nos palácios e impedir a oposição de usar a tribuna do Parlamento.

- A participação da ministra Dilma na viagem foi administrativa ou eleitoral?

Ela é a chefe da Casa Civil, publicamente reconhecida como gestora do PAC. Ali está uma das obras mais significativas do programa. É absolutamente legítimo que lá ela estivesse. Em todo o roteiro, a ministra só se manifestou uma vez, já na despedida da viagem, em Pernambuco.

Escrito por Josias de Souza às 03h11

sábado, 17 de outubro de 2009

Teto de igreja desaba em Vitória da Conquista (BA) e deixa seis feridos

Do UOL Notícias
Em São Paulo
O teto de uma igreja católica de Vitória da Conquista, na Bahia, desabou na noite desta sexta-feira (16) durante a realização de uma missa. Seis pessoas ficaram feridas, sem gravidade.


Segundo informações do Corpo de Bombeiros, 200 fiéis estavam no local no momento do acidente, que aconteceu às 19h45. "As pessoas disseram que a estrutura começou a desabar na parte do fundo, perto do altar, e elas começaram a recuar para a porta quando parte do telhado desabou", afirma o sargento Alexsandro Oliveira.

Entre os seis feridos está o padre - que teve uma fratura na perna direita - e uma criança de dois anos, que teve um ferimento na cabeça. As vítimas foram levadas para um hospital particular perto da igreja e estão sob observação.

Ainda de acordo com o sargento Oliveira, cerca de um terço do teto desabou, incluindo telhas e a estrutura de madeira. O local foi interditado.

Ainda não se sabe a causa do desabamento, que será investigado pelo polícia da cidade. Não chovia e fazia tempo bom durante a noite no município. Oliveira acrescenta que a igreja parecia bem conservada.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Lei antifuno do Espírito Santo entra em vigor sexta feira

da Folha de São Paulo

A partir de sexta-feira (18), não será mais permitido fumar em lugares fechados de uso coletivo no Espírito Santo.

A lei antifumo capixaba prevê multas de até R$ 100 mil para os estabelecimentos que desrespeitarem as novas regras.

A lei é mais branda, se comparada com a regulamentação de São Paulo, onde o fumo foi totalmente banido em lugares de uso público.

No Espírito Santo, bares e restaurantes, por exemplo, poderão manter fumódromos --que devem seguir instruções da Vigilância Sanitária.

Continua a ser permitido fumar em locais parcialmente abertos, com coberturas ou toldos, bem como em mesas nas calçadas.

Em São Paulo, cigarros e outros derivados do tabaco são proibidos até nesses locais.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Ex-governador do Espirito Santo é condenado a nove anos de prisão

O ex-governador do Espírito Santo José Ignácio Ferreira (sem partido) foi condenado a nove anos de prisão por desvio de verbas. Cabe recurso. Ele governou o Estado de 1999 a 2002. Era do PSDB. No fim do mandato, estava sem partido.

A sentença foi dada pelo juiz Willian Silva, da 6ª Vara Criminal de Vitória, por formação de quadrilha, apropriação indébita e lavagem de dinheiro.

Segundo denúncia feita pelo Ministério Público Estadual, dinheiro de empresários que seria destinado à construção de uma fábrica de sopa, projeto social do governo, foi desviado para pagar despesas pessoais e de campanha de José Ignácio. Em troca, os empresários recebiam benefícios fiscais.

Para o Ministério Público, as supostas doações feitas pelos empresários à fábrica de sopas eram "propinas" destinadas ao governo pelo recebimento de benefícios tributários, que seriam transferidos para conta de servidor do governo.

Além do ex-governador, sua mulher, Maria Helena Ruy Ferreira, então secretária de Ação Social do governo, foi condenada a 13 anos de prisão pelo mesmos crimes, além de corrupção.

O ex-ministro do Planejamento Aníbal Teixeira, do governo José Sarney (1985-1990), também foi condenado a 4 anos e 6 meses, por lavagem de dinheiro. Na pasta, Teixeira era responsável por um dos projetos sociais comandados pela primeira-dama, que originou a ação. Ele teria informado a empresários sobre valores de doações que poderiam ser abatidos no recolhimento do ICMS.

"Ela [Maria Helena] solicitava vantagens para beneficiar empresários", disse o juiz. A sentença foi publicada na sexta-feira para evitar que crimes como formação de quadrilha e apropriação indébita não prescrevessem pela idade de José Ignácio, que completou 70 anos ontem.

O ex-governador disse que não houve desvios de recursos públicos nem crime, já que "o dinheiro era privado e destinado a entidades privadas". "Não há crime se não há vítima", disse. Ele vai recorrer. A mulher dele, segundo Ignácio, também vai recorrer.

O advogado de Aníbal Teixeira, Ramon Carvalho, afirmou que seu cliente apenas apresentou modelo de projeto social, desenvolvido em Belo Horizonte, ao governo capixaba, e que é inocente. Carvalho disse que vai recorrer.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Senador Camata chora e nega acusações de ex-assessor sobre recebimento de propina

GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília

O senador Gerson Camata (PMDB-ES) subiu à tribuna do Senado nesta segunda-feira para se defender das denúncias de corrupção reveladas pelo seu ex-assessor Marcos Andrade --que foi funcionário do peemedebista por quase 20 anos.

Em entrevista ao jornal "O Globo", Andrade acusou o senador de receber propina de empreiteiras e de maquiar as prestações de contas de seu mandato parlamentar.

Emocionado, o senador chorou por duas vezes durante o longo discurso de defesa. Camata negou todas as denúncias reveladas pelo ex-assessor ao afirmar que Andrade sofre de distúrbios psiquiátricos e foi "instrumentado" para acusá-lo de envolvimento em atos de corrupção.

"Ele foi instrumentado por alguém, para, com uma série de inverdades, sem nenhuma comprovação de nada, assacar contra a minha honra. Eu vou me defender; para cada acusação, tenho um papel. Fui acusado sem nenhuma prova, e, para cada acusação, tenho prova", afirmou.

Segundo o ex-assessor, Camata teria recebido propina da Odebrecht para a construção de um ponte no Espírito Santo no período em que governou o Estado. O parlamentar, porém, nega qualquer vínculo com a empreiteira.

"Tive relacionamento com a empresa, visitando obras, acelerando a obra, vendo se estava faltando um pouco de dinheiro, se estava precisando de mais recurso, essas coisas normais que os secretários trazem quando estão acompanhando uma obra, e em que, às vezes, o governador tem que intervir."

O senador também foi acusado pelo ex-assessor de apresentar prestações de contas falsas para justificar gastos inexistentes. Camata negou qualquer irregularidade ao longo de seu mandato parlamentar. "Agora começam a aparecer umas pessoas que eu acho que estão envolvidas com isso ou são delegadas de quem está envolvido. Querem antecipar a campanha política do Espírito Santo, que vai ser no ano que vem", afirmou.

Camata disse que vai pedir afastamento do Conselho de Ética do Senado até que o órgão apure as denúncias reveladas pelo ex-assessor. O senador pediu que o conselho investigue as denúncias, assim como a Corregedoria do Senado --que tem à frente o senador Romeu Tuma (PTB-SP).

"Enquanto durar a investigação, eu não quero fazer parte do Conselho de Ética. Eu quero que o Conselho de Ética tenha toda a independência e o faça com rigor, a fim de que essas denúncias sejam apuradas à luz dos documentos que estou fornecendo", afirmou.

Solidariedade

Senadores que decidiram passar o feriado de 21 de abril em Brasília foram prestar solidariedade ao colega no plenário da Casa. Oito senadores, além do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), acompanharam o discurso do peemedebista --o que garantiu o número mínimo de parlamentares necessário para a abertura da sessão plenária.

Sarney disse que a "indignação e a revolta" de Camata "dão a profundidade da injustiça" que atingiu o parlamentar. "O senhor foi o alvo errado e indevido de insultos. A solidariedade desta Casa é um conforto. Sou testemunha do seu espírito de luta, sei que é um homem correto, um cidadão exemplar", afirmou.

Camata chegou às lágrimas durante o discurso de solidariedade prestado pelo senador Pedro Simon (PMDB-RS), que lembrou sua trajetória histórica no PMDB.

"Eu não sei para onde querem ir, para onde estamos indo, o que está acontecendo e como vai terminar, mas não vai ser brincando com o nome de pessoas como Vossa Excelência que vão atingir o que quer que seja. Se pensam que com isso haverão de nos atingir e que pessoas com a garra de Vossa Excelência vão se perder no caminho, estão muito enganados", afirmou Simon.

A deputada Rita Camata (PMDB-ES), mulher do senador, acompanhou o seu discurso sentada no plenário do Senado.

Comentários dos leitores

Alcides Emanuelli (1032) 19/04/2009 19h37

Esse cara ainda não foi demitido! isso é uma vergonha, imaginem a farra que esse cara fazia com o dinheiro do Senado.
Uma casa de 5 milhões, ele deve ter um monte de trabalho em outras empresas, deve tambem ter meia duzia de empresas privadas que é o dono para ter tanto dinheiro assim para comprar uma casa.
A bem da ética e da moral, tem que ser revisto todas essas estruturas e quem não for concursado, quem tem parentes que foram colocados usufruindo dessa privilégio que é o empreguismo, tem que ser convidado a se retirar a força com a policia e tudo o mais.
Bem mas se era permitido tantas irregularidades, vamos esquecer a policia, mas esta na hora de entrar alguem competente e honesto para mudar todo esses sistema de uma administração inconsequente e irresponsavel e burra e incompetente.
Ainda por cima muitas dessas pessoas tem curos Superior é mais vergonhoso ainda de que vale ter um deploma se são incompetentes e inconsequente.
Meu Deus porque não se muda toda essas estruturas administrativa inconsequente e se moralize os cargos em todos os sentidos, terminando com o nepotismo e terminando com funções comissionadas ou limitando esses cargos de confiança a no maximo 5 por parlamentar.
Meu Deus que coisa triste estamos vendo e assistindo nada é como isso, essa vergonha toda não tem precedentes. sem opinião
avalie fechar


Carlos Franco Franco (361) 19/04/2009 14h59

esta dificil se escolher um diretor para esse tão cobiçado cargo, esta mais dificil que achar um politico honesto, aonde nos estamos, estamos perdidos, imagina o que nos brasileiros desconhecemos, o que acontece nesta duas casas. bom esse congresso e esta camara. e os presidentes em nada ajudam, nos temos que aguentar tudo isto. 2 opiniões



Deoclides Lopes da Silva (4) 19/04/2009 11h53

Não sei com que interesse os meios de comunicação estão divulgando estas informações, mais espero que continuem.

domingo, 19 de abril de 2009

Submundo do caixa 2: Ex-funcionário do senador Gerson Camata diz que político usou servidores do gabinete para justificar despesas de campanha (Globo)

Mesadas de empreiteiras, funcionários obrigados a pagar contas de parlamentar que os emprega, prestações de contas falseadas para justificar gastos inexistentes. O economista Marcos Andrade disse ao repórter Chico Otavio que, por 19 anos, trabalhou assim para um político capixaba: o ex-governador do Espírito Santo e hoje senador Gerson Camata (PMDB). Seu relato é um retrato dos bastidores de gabinetes oficiais, onde o caixa dois desafia a transparência. Segundo o economista, funcionários de Camata aparecem na prestação de contas da campanha ao Senado em 2006 como prestadores de serviço, mas nunca receberam pagamento. Andrade diz que era obrigado a ceder 30% do salário no Senado para pagar despesas de Camata. E que o senador recebeu propina da empreiteira Odebrecht como recompensa por uma ponte construída em Vitória. O senador nega as denúncias e afirma que Andrade está perturbado psicologicamente. (O Globo - págs. 1, 3 e 4)

Aquecimento global já mata idosos no país
Estudo inédito da USP revela que os extremos de frio e calor começaram a matar mais idosos, informa Soraya Aggege na primeira reportagem da série especial sobre o clima no Brasil. (págs. 1, 36 e 37)

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Folha de S. Paulo


Editorial
Leia “Dinheiro na urna”, que critica financiamento público exclusivo de campanha e defende mais controles. (págs. 1 e A2)

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O Estado de S. Paulo

Notas e informações – As sagradas famílias
Por que o contribuinte que vota em um parlamentar deve custear as viagens de suas esposas e amigos? (págs. 1 e A3)

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Correio Braziliense

ONG recebe mais verba do que 12 estados
Entidade dirigida por vereadora do PCdoB, mesmo partido do ministro do Esporte, Orlando Silva, levou R$ 8,5 milhões do Programa Segundo Tempo, em 2008. Dinheiro representa metade do que foi destinado ao estado de São Paulo. (págs. 1 e Tema do dia, 2)

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Veja

Entrevista – Michel Temer – É preciso reagir agora – O presidente da Câmara dos Deputados diz que a crise ética atinge uma minoria no Parlamento, mas que, se nada for feito, arrastará toda a instituição. (págs. 17, 20 e 21)

Virou agência de viagem – Deputados usam cota de passagem aérea do Congresso Nacional para passeios com namorada, esposa, filhos, parentes, amigos e até para negócios. (págs. 60 a 62)

Abatido pelo radicalismo – Promotor que combatia na Justiça as ações criminosas do MST no Rio Grande do Sul abandona o caso depois de sofrer ameaças, constrangimentos, grampos e até um atentado contra sua vida. (págs. 64 e 65)

Quem mandou parar? – O governo mobiliza sua bancada na Câmara para encerrar a CPI das escutas ilegais. (pág. 69)

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Época

Farra das passagens
- No Congresso, até cadáver já andou de avião

Um dia de Delúbio - Flagramos os encontros do ex-tesoureiro do PT em Brasília

No rastro de Delúbio – Em busca de votos para voltar ao PT e candidatar-se a deputado, o tesoureiro do mensalão passa 24 horas em Brasília em conversas com velhos amigos. (págs. 30 a 32)

Uma farra paga com nosso dinheiro – Parlamentares aproveitam regra frouxa e usam passagens aéreas bancadas com recursos públicos para ir ao exterior com a mulher, os filhos... (págs. 34 a 36)

Entrevista – Cristovam Buarque – “Causei um rebu” – Depois de sugerir a avaliação do Congresso em plebiscito, o senador diz que cumpriu o papel de alertar o país sobre a desmoralização do Parlamento. (pág. 37)

Entrevista – Protógenes Queiroz – “Sim, posso ser candidato” – Pela primeira vez, o controvertido delegado da Operação Satiagraha admite trocar a polícia pela política. (pág. 41)

O advogado de R$ 255 bilhões – O advogado-geral da União, José Antônio Toffoli, entra na fila para o Supremo depois de se destacar na defesa do caixa do governo. (págs. 46 a 48)

Uma parceria especial – A ação combinada de Lula e Barack Obama pode fazer bem para o futuro político do continente. (págs. 78 e 79)

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ISTOÉ

Eles vão barrar os abusos? – Os três Poderes se unem para conter o Estado policialesco que tomou conta do País. A tarefa exige mais do que uma lei no papel. (págs. 36 a 38)

Mercado paralelo – Uso indevido de passagens aéreas por parlamentares inclui venda de bilhetes da Câmara dos Deputados para qualquer um. (págs. 40 a 42)

O rei do axé – Investigado por destinar verba pública para festas de empresa, deputado pode ser expulso do PT apenas por traição. (pág. 49)

Vencer ou vencer – Para combater a crise, garantir a popularidade e fazer seu sucessor em 2010, o presidente Lula abre o cofre e favorece consumidores, municípios e Estados. De quebra, empresta US$ 4,5 bilhões ao FMI. (págs. 86 a 88)