Marcha da Juventude: projetos sociais
do governo do Estado são 'balelas'
Lívia Francez
O acaso fez com que fosse realizada, um dia após a divulgação do Mapa da Violência 20112 – Crianças e Adolescentes do Brasil, que coloca o Estado em segundo no ranking de homicídios de pessoas de 0 a 19 anos, a Marcha da Juventude, na manhã desta quinta-feira (19). O ato público já estava marcado para acontecer antes da divulgação dos dados, mas o resultado do levantamento marcou o movimento.
Coordenado pelo sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz, o estudo aponta que o Estado tem taxa de 33,8 homicídios de jovens por grupo de 100 mil e só perde para Alagoas, por apenas um ponto, que registra 34,8 homicídios por 100 mil. Os dados consolidados do Mapa da Violência são referentes a 2010, último ano do governo Paulo Hartung (PMDB).
Um dia após a divulgação do Mapa da Violência, representantes da segurança pública do Estado reafirmaram que o tráfico é marcante na influência das taxas de homicídio, citando o programa Estado Presente como uma ação que pode amenizar o aumento nos índices. Para o coordenador do Fórum Estadual da Juventude Negra (Fejunes), Luiz Inácio Silva da Rocha, ao contrário do que afirma o governo do Estado, as drogas não são a causa do extermínio de jovens no Estado, e sim a consequência. “Quando não se vê investimento em ensino, esporte, cultura e lazer nas comunidades, a perspectiva desses jovens diminui”.
Ele afirma que o Estado Presente é um programa engessado, que não tem a participação da sociedade civil. “As sociedades representantes da sociedade civil não foram chamadas para discutir a implantação do programa. O governo só conversou com empresários, Federação das Indústrias (Findes) e não com quem vive nas regiões violentas”.
Luiz Inácio diz ainda que os projetos sociais apresentados em respostas aos problemas das comunidades periféricas não passam de balela. Ele explica que esses projetos são implantados a partir de um diagnóstico frágil das comunidades, que não leva em consideração as necessidades concretas das regiões, com ações pontuais. “Só vemos investimento em aparato repressivo”, completou.
O militante dos direitos humanos disse ainda que questões históricas também contribuem para que os índices de homicídios sejam altos e permaneçam assim por uma década. Ele conta que o Estado é marcado por intolerância e conservadorismo, o que fomenta a ideia que as vidas de negros e das mulheres valham menos.
Mapa da Violência
A liderança do Estado no ranking também se reflete em outras categorias, como nos homicídios de mulheres, e não apresenta tendência de queda, já que o Estado figura no topo desde o início dos anos 2000 e, em vez de reduzirem as taxas de homicídios, elas estagnaram e chegam a ameaçar o primeiro lugar de Alagoas. A taxa de homicídios se refere somente ao segmento de 0 a 19 anos, que já representa um número de guerra civil. O resultado geral de homicídios registrados naquele ano chega a 54 por 100 mil habitantes, o que demonstra níveis epidêmicos de violência no Estado.
Em entrevista à Rádio CBN Vitória nesta quarta-feira (18), o sociólogo Julio Jacobo desconstruiu a tese implantada pelo governo do Estado, acolhida inicialmente durante a gestão de Rodney Miranda (DEM) à frente da pasta da Segurança Pública durante a maior parte do governo Hartung, entre 2003 e 2010, de que a violência no Estado esteja relacionada diretamente ao tráfico de drogas. Com base nos estudos detalhados, o sociólogo repudiou esta ideia e disse ainda ser perigoso tratar a consequência – que é a morte de jovens – como causa exclusiva da violência.
O governo Renato Casagrande (PSB) dá prosseguimento à política de segurança do governo anterior.
Coordenado pelo sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz, o estudo aponta que o Estado tem taxa de 33,8 homicídios de jovens por grupo de 100 mil e só perde para Alagoas, por apenas um ponto, que registra 34,8 homicídios por 100 mil. Os dados consolidados do Mapa da Violência são referentes a 2010, último ano do governo Paulo Hartung (PMDB).
Um dia após a divulgação do Mapa da Violência, representantes da segurança pública do Estado reafirmaram que o tráfico é marcante na influência das taxas de homicídio, citando o programa Estado Presente como uma ação que pode amenizar o aumento nos índices. Para o coordenador do Fórum Estadual da Juventude Negra (Fejunes), Luiz Inácio Silva da Rocha, ao contrário do que afirma o governo do Estado, as drogas não são a causa do extermínio de jovens no Estado, e sim a consequência. “Quando não se vê investimento em ensino, esporte, cultura e lazer nas comunidades, a perspectiva desses jovens diminui”.
Ele afirma que o Estado Presente é um programa engessado, que não tem a participação da sociedade civil. “As sociedades representantes da sociedade civil não foram chamadas para discutir a implantação do programa. O governo só conversou com empresários, Federação das Indústrias (Findes) e não com quem vive nas regiões violentas”.
Luiz Inácio diz ainda que os projetos sociais apresentados em respostas aos problemas das comunidades periféricas não passam de balela. Ele explica que esses projetos são implantados a partir de um diagnóstico frágil das comunidades, que não leva em consideração as necessidades concretas das regiões, com ações pontuais. “Só vemos investimento em aparato repressivo”, completou.
O militante dos direitos humanos disse ainda que questões históricas também contribuem para que os índices de homicídios sejam altos e permaneçam assim por uma década. Ele conta que o Estado é marcado por intolerância e conservadorismo, o que fomenta a ideia que as vidas de negros e das mulheres valham menos.
Mapa da Violência
A liderança do Estado no ranking também se reflete em outras categorias, como nos homicídios de mulheres, e não apresenta tendência de queda, já que o Estado figura no topo desde o início dos anos 2000 e, em vez de reduzirem as taxas de homicídios, elas estagnaram e chegam a ameaçar o primeiro lugar de Alagoas. A taxa de homicídios se refere somente ao segmento de 0 a 19 anos, que já representa um número de guerra civil. O resultado geral de homicídios registrados naquele ano chega a 54 por 100 mil habitantes, o que demonstra níveis epidêmicos de violência no Estado.
Em entrevista à Rádio CBN Vitória nesta quarta-feira (18), o sociólogo Julio Jacobo desconstruiu a tese implantada pelo governo do Estado, acolhida inicialmente durante a gestão de Rodney Miranda (DEM) à frente da pasta da Segurança Pública durante a maior parte do governo Hartung, entre 2003 e 2010, de que a violência no Estado esteja relacionada diretamente ao tráfico de drogas. Com base nos estudos detalhados, o sociólogo repudiou esta ideia e disse ainda ser perigoso tratar a consequência – que é a morte de jovens – como causa exclusiva da violência.
O governo Renato Casagrande (PSB) dá prosseguimento à política de segurança do governo anterior.
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