sexta-feira, 25 de novembro de 2016

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terça-feira, 20 de setembro de 2016

Racionamento de água na Grande Vitória é autorizado por agência

Rodízio no fornecimento já começa nesta quinta-feira (22).

Vinte municípios estão em situação extremamente crítica no Espírito Santo.

Naiara ArpiniDo G1 ES
Rio Santa Maria da Vitória está praticamente seco (Foto: Reprodução/ TV Gazeta)Rio Santa Maria da Vitória está praticamente seco (Foto: Reprodução/ TV Gazeta)













Agência de Regulação de Serviços Públicos (ARSP) do Espírito Santo autorizou o plano de contingência que prevê o racionamento de água na Grande Vitória, elaborado pela Cesan e entregue nesta segunda-feira (19). A medida já começa às 12h desta quinta-feira (22).
Essa é a primeira vez, na história do Espírito Santo, que a Grande Vitória passa por racionamento de água.
"A Agência reconheceu que a implantação da medida de rodízio é imprescindível e de absoluta importância no momento", disse o diretor-presidente da Agência, Antônio Julio Castiglioni Neto.

As áreas atingidas foram divididas em sete regiões, cada uma com pelo menos 33 bairros nos municípios de Vitória, Vila Velha, Serra, Cariacica, Viana e o bairro Praia Grande, em Fundão. São 431 bairros no total. >> Confira lista com todos os bairros que vão passar por racionamento na Grande Vitória
Cada região vai passar 24 horas sem receber água e o rodízio vai começar sempre às 12h. Passadas as 24 horas de interrupção, o sistema pode levar até mais 24 horas para voltar ao normal. Por isso, algumas unidades - localizadas em áreas mais altas ou nas chamdas pontas de rede - podem ficar até 48 horas sem água nas torneiras.
Os dois principais rios que abastecem a Grande Vitória - Santa Maria da Vitória e Jucu - estão abaixo do limite considerado crítico, de acordo com o relatório diário da Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh). A pior estiagem vivida pelo Espírito Santo em 80 anos tem causado problemas no abastecimento, além de prejuízos na agricultura e na agropecuária em algumas regiões. Atualmente, 20 municípios estão em situação “extremamente crítica” por causa da falta de água, segundo a Agerh.

"Ao avaliar a proposta da Cesan e toda a situação da seca, nós, da ARSP, entendemos que o rodízio proposto pela empresa de saneamento é a melhor alternativa, no momento, para garantirmos o acesso à água para todos, de forma igualitária, democrática e transparente", falou Castiglioni Neto.
O plano
No plano elaborado pela Cesan, os municípios de Vitória, Vila VelhaSerraCariacicaViana e o bairro Praia Grande, em Fundão, passarão por racionamento por meio de rodízio isonômico de distribuição de água. Os demais bairros de Fundão e Guarapari ficam de fora do racionamento.
"Isso está ocorrendo porque a economia promovida pelos consumidores foi insuficiente em relação ao comportamento da vazão dos rios. A vazão dos rios ficou menor do que a vazão requerida pelos consumidores", contou Amadeu.
As áreas atingidas foram divididas em sete regiões, cada uma com pelo menos 33 bairros. No total, 431 bairros terão racionamento de água, o que abrange 578 mil domicílios e um total de 636 mil unidades consumidoras (casas, lojas, empresas, indústrias).

No sistema de rodízio, cada região vai ficar pelo menos um dia da semana sem receber água, do meio-dia de um dia até meio-dia do outro.
“A norma estabelece que os edifícios e as casas tenham um reservatório que dure 24 horas. Então pode ser que muita gente nem sinta esse sistema, porque vai ficar com reserva na caixa d’água que vai usar o dia inteiro. Mas mesmo assim é preciso economizar”, disse o diretor de Engenharia e Meio Ambiente da Cesan, Amadeu Wetler.
O plano poderá sofrer ajustes de acordo com o consumo de água pela população e da ocorrência de chuvas. Caso a redução do consumo seja insuficiente, o esquema de rodízio pode ser alterado para dois ou três dias por semana sem água para cada região.
Racionamento vai atingir toda a Grande Vitória (Foto: Arte/ TV Gazeta)Racionamento vai atingir toda a Grande Vitória (Foto: Arte/ TV Gazeta)













Rios
A Grande Vitória é abastecida basicamente por dois rios – o Santa Maria da Vitória e o Rio Jucu. A vazão média mensal do Rio Jucu é de 15.965 (l/s), e a crítica de 5.292 (l/s). No dia 12 de setembro, a vazão do rio estava em 3.841 (l/s).
Da mesma forma, o Rio Santa Maria da Vitória atravessa um período crítico. A vazão média mensal é de 7.526 (l/s), enquanto a crítica é de 3.800 (l/s). No dia 12, a medição foi de 2.234 (l/s).
A barragem de Rio Bonito, onde é represada a água do Rio Santa Maria da Vitória -  que era usada para geração de energia - agora está sendo usada prioritariamente para o abastecimento humano. Mesmo assim, o cenário encontrado na barragem é desanimador. Alguns pontos estão completamente secos.
De acordo com Amadeu, as chuvas registradas no Espírito Santo entre a noite desta segunda-feira (19) e manhã desta terça-feira (20), não mudaram em nada a vazão dos rios.
Situação do Rio Santa Maria da Vitória (Foto: Reprodução/ TV Gazeta)Situação do Rio Santa Maria da Vitória (Foto: Reprodução/ TV Gazeta)
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quarta-feira, 11 de maio de 2016

Rosalda Paim é natural de Vila Velha - ES






sexta-feira, 6 de maio de 2016

quinta-feira, 5 de maio de 2016

Lama faz 6 meses no Rio Doce e afetados vivem incertezas e prejuízos

Pescadores, comerciantes e donos de pousadas ainda são prejudicados.
Samarco disse que segue fazendo pagamentos mensais de auxílio.


Pescadores, comerciantes, donos de pousadas e moradores de cidades do Espírito Santo dependentes do Rio Doce ainda sofrem os efeitos da lama vazada do rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, Minas Gerais. Nesta quinta-feira (5), completa seis meses do desastre e famílias esperam reparações pelos danos sofridos.
A Samarco informou que cerca de 2 mil pessoas têm recebido ajuda da mineradora, mas, somente no Fórum de Colatina, Noroeste do estado, existem mais de 9,5 mil ações de reparações por danos financeiros e morais, segundo o coordenador das varas da cidade, Lindenberg José Nunes. “Há a perspectiva de que entrem mais mil em breve”, disse.
Pescadores
À beira do Rio Doce, em Baixo Guandu, vivem famílias com gerações e gerações de pescadores. Agora, sem informação sobre a situação dos peixes e da água, eles estão se sentindo esquecidos e reclamam que muitos ainda não recebem o auxílio oferecido pela Samarco.
“Ficamos sabendo tudo pela imprensa”, disse o pescador Luciano Freire, de 51 anos, sobre os resultados de análises da situação do rio. “Não sabemos nem mesmo até quando vamos receber o benefício”, completa sobre o valor de um salário mínimo, mais 20% por dependente e uma cesta básica que os profissionais que dependem do Doce estão recebendo.
Os pescadores dizem que chegavam a lucrar R$ 5 mil por mês com o que pegavam no rio.
A Samarco disse que analisou mais de 1,6 mil espécies no mar e no rio e que algumas apresentaram alterações, mas destacou que não é possível afirmar que elas foram provocadas pelos rejeitos.
Água tratada
A desconfiança na água tratada do Rio Doce faz com que os moradores de Colatina busquem alternativas para abastecer as casas. Como não conseguem comprar água mineral, a saída foi buscar o recurso nas bicas e nascentes da cidade.
Walace Campos Pimenta, pedreiro, busca água em bica em Colatina (Foto: Bernardo Coutinho/ A Gazeta)Walace Campos busca água em bica em Colatina
(Foto: Bernardo Coutinho/ A Gazeta)
O pedreiro Wallace Pimenta, de 23 anos, enche o bagageiro e os bancos traseiros do carro com garrafas cheias de 200 litros a cada 15 dias. “Como é longe, aproveito e pego para minha família e dois amigos”, contou.
Além da alimentação e matar a sede, na casa dele a água da nascente tem outro uso. “Tenho um filho de cinco meses, o Samuel, não confio de dar banho nele com a água tratada do Rio Doce, já deu coceira na minha mulher. Então, usamos essa que pegamos aqui”, explica.
Apesar da desconfiança da população, o prefeito de Colatina, Leonardo Deptulski, garante que são feitas análises diárias que comprovam a potabilidade da água do Rio Doce tratada.
Entretanto, para garantir que a cidade não fique mais sem abastecimento, como aconteceu logo que a lama chegou, serão buscadas outras alternativas de captação. A mais adiantada delas é a do Rio Santa Maria, cujas obras são realizadas pela Samarco.
Comércio
Comerciantes da Vila de Regência, em Linhares, estão deixando o local porque não conseguem mais trabalhar na região.
Dos 35 comerciantes da localidade, pelo menos 9 já foram embora. "A gente não tem de onde tirar, a gente não tem uma empresa aqui próxima, não tem agricultura, não tem pecuária. A nossa sobrevivência era da pesca e do comércio", disse Messias Caliman, presidente da associação de comerciantes.
Turismo
Desde a chegada da lama, as pousadas de Regência deixaram de lotar os quartos nos fins de semana e os moradores sofrem por não saberem mais de onde tirar seu sustento.
O movimento nas pousadas e restaurantes foi intenso durante as primeiras semanas com a chegada da lama na região. Gente de todo o mundo esteve por lá. Mas depois, no ano novo e carnaval, feriados em que a lotação era máxima, foram esvaziados, embora ainda existam surfistas que não abandonam no mar de Regência - nem mesmo com a lama.
“Antes se tivesse 50 quartos disponíveis eu alugaria todos, porque tinha demanda. Agora mal dá para pagar as despesas e os funcionários”, disse o dono de pousada Adenilson Nogueira, de 63 anos. Ele explica que ainda consegue manter o local porque ele e a esposa recebem aposentadoria.

Prioridade
Segundo o gerente-geral de Estratégia, Gestão e Informação da Samarco, Alexandre Souto, o pagamento dessas ações será negociado nas câmaras de negociações previstas no acordo de R$ 20 bilhões entre governos e Samarco. Ele explica que a prioridade foi atender os mais atingidos.
Por isso, até agora ainda não houve negociação das indenizações por danos morais. “São etapas diferentes e programas diferentes. Há no acordo um programa que tratará das indenizações a quem teve prejuízos e condições afetadas. Vai haver uma câmara de negociações. A prioridade foi ter velocidade com quem depende diretamente do rio”, explicou.
Souto detalha que as câmaras devem contar com a intermediação de algum órgão do poder público para a negociação entre Samarco e moradores.
A Samarco disse que segue fazendo pagamentos mensais de auxílio a pessoas que têm a subsistência ligada diretamente ao Rio Doce.
G1GLOBO
Postado por: Ygor I. Mendes

domingo, 3 de janeiro de 2016

Deslizamento de pedra gigante deixa quase 400 desabrigados no ES

Um dia depois do acidente, os bombeiros avaliam se há risco de novo deslizamento em morro na Grande Vitória. Quatro casas foram destruídas.


Quase 400 pessoas tiveram que sair de casa depois que uma pedra gigante rolou do alto de um morro, na Grande Vitória (ES). Um dia depois do acidente, os bombeiros avaliam se há risco de um novo deslizamento.

A pedra passou por cima de tudo que estava no caminho. Destruiu quatro casas. Sandra e o marido se protegeram em um cantinho da sala. Foi o único cômodo que não ruiu.

O morador de uma outra casa teve que pular da laje para se salvar. Ao todo, 15 pessoas ficaram feridas. Ninguém em estado grave.

"Senti o tremor e já saí correndo, porque não sabia o que era. A casa parecia que ia cair", conta o morador Josevaldo Pereira.

Valdemir Jesuíno estava dormindo. Acordou com o barulho da pedra no muro da casa dele. "A minha esposa acordou desesperada. Eu achei que era chuva de granizo, que estava caindo pedra, chuva de gelo, e ela falou que era pedra rolando e queria se enfiar debaixo da cama, coitada, no desespero, e a poeira tomou conta", diz Valdemir.

Um vídeo gravado por um morador momentos depois que a pedra rolou mostra o rastro de poeira.

A pedra só não causou mais destruição e atingiu outras casas do morro porque ela ficou escorada em outra pedra que também rolou, mas ainda há o risco de ceder e outras pedras rolarem.

"O risco é alto. É preocupante e a gente está tomando as medidas, neste momento, para fazer um diagnóstico e fazer a indicação de intervenções", afirma um bombeiro.

Por enquanto, um área de 80 metros abaixo da pedra foi totalmente isolada e 392 pessoas tiveram que sair de casa. Vinte e duas estão em um abrigo.

"Foi horrível. Não tem palavras... Com criança pequena, é horrível. E agora a gente fica preocupado, querendo saber para onde a gente vai, o que vai ser da gente", diz uma mulher.

A prefeitura e a Defesa Civil ainda não sabem responder o que fez a pedra despencar do alto do morro.

ASSISTA O VÍDEO:  JORNAL NACIONAL

http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2016/01/deslizamento-de-pedra-gigante-deixa-quase-400-desabrigados-no-es.html